sexta-feira, 9 de maio de 2008

Resenha: A revolução dos bichos por Mairon e Clecio

George Orwell, rebelde e constantemente crítico, foi um influente escritor do século passado. Autor de magníficas obras como 1984, A Revolução dos Bichos, Lutando na Espanha e outros importantes livros, Eric Arthur Blair (seu verdadeiro nome) transcreveu em suas obras todas as suas vivências como guarda ou como professor (A Filha do Reverendo). Sua obra-prima é a utopia negativa de 1984, onde Orwell previu um mundo controlado através da tecnologia, onde a novilíngua e o duplipensar estariam presentes.
À primeira vista, “A Revolução dos Bichos”, é uma grande alusão à Revolução Russa de 1917. Sua narrativa relaciona pessoas, animais e eventos com as transformações ocorridas na extinta União Soviética no século 20. Todavia, embora Orwell tenha buscado mostrar uma época específica, sua obra deve ser vista como uma alegoria a qualquer revolução em que os mais fracos tomam o poder e, em seguida, são por ele corrompidos.
A obra é dividida em 10 capítulos, onde relata passo a passo a revolução e desenvolvimento do que o autor literalmente expressa como animalismo.
A historia do livro acontece na “Granja do Solar” onde Major, um porco velho e respeitado pelos demais animais, os reuni para dividir com eles um sonho que tivera na noite anterior, no qual previa um futuro onde os animais reinavam. Isso mexeu com a mente dos bichos da granja que começaram a planejar uma revolução.
Liderados pelos porcos, os serem humanos foram definidos como inimigos e assim que tomaram a granja, os animais traçaram leis e planejaram suas atividade, sempre como muita responsabilidade e igualdade. Porém o que se notou com o passar do tempo foi pequenas vantagens a favor dos suínos que obviamente proviam de maior inteligência. Dois porcos se destacavam e eram sempre os mais ativos nos debates entre os bichos, Bola-de-Neve e Napoleão que apesar disso nunca entravam em acordo um com o outro. E foi em um plano bolado por Bola-de-Neve e aprovado por todos os animais onde previa a construção de um moinho de vento para fornecer eletricidade para toda a fazenda que Napoleão tomou o “controle” expulsando-o da granja. Envolto por seus nove cães guarda-costas, Napoleão conduzia a granja de forma totalitarista reprimindo os adventos e enganando os ignorantes. Napoleão era imparcial e extremamente fiel aos seus ideais. As leis já não eram mais iguais. Houve assassinato de outros animais, o que antes era contra o testamento dos bichos. E os homens que antes eram inimigos passaram se tornar oportunidade. Os porcos começaram a se portar como gente, bebendo e usando roupas, abusando do seu poder, a tal ponto que ”era impossível distinguir quem era homem, quem era porco.”
Analisando a obra de Gerge Orwel, percebemos que o autor mostra através de uma situação hipotética como seria uma fazenda administrada pelos animais que nela vivem. Notamos claramente em seu discurso, uma crítica dura aos sistemas ditatórios(comunismo, totalitarismo) criados pelo próprio ser humano, na tentativa de buscar organização e ordem, líderes são nomeados para falarem e agirem pelos mais fracos mas são logos corrompidos pelo poder e pela arrogância. Com o poder em mãos as leis são burladas pelos seus próprios criadores, e seres considerados racionais diante de tanta sujeira e corrupção mais parecem bichos, algo parecido com o que vem acontecendo na política brasileira hoje em dia.Por todo o livro é possível ver que os porcos agiram como os homens têm feito ao longo da história da humanidade. A história é antiga porem totalmente atual, é uma grande obra e deve ser apreciada não só para os estudantes, mas sim por toda sociedade que precisa estar sempre atenta e informada sobre seus governantes e nunca se deixar alienar por promessas milagrosas e mentirosas.

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